sábado, 3 de setembro de 2011

Nossas fronteiras e as drogas II/II



 * ORLANDO SABKA
O imediatismo, consumo exagerado e satisfação pessoal são o “barato” do momento. Os jovens vendo e vivenciado uma sociedade que perdeu valores humanos e que passou a super valorizar o dinheiro e o poder aquisitivo, buscam nos prazeres (bebidas, drogas e sexo) fuga para se libertar dessa sociedade atual que sufoca com seus valores cada vez mais duvidosos e nocivos.  Valoriza-se o “Ter” e deixa-se de lado o “Ser”. Na verdade criamos fracassos familiares, sociais e comunitários. Impera o desamor. Lares desfeitos, famílias desamparadas, muitas jogadas nas ruas, para debaixo de pontes e viadutos. Muitas pessoas não dão a mínima para esses fatos e seguem sua vida como se nada estivesse acontecendo ao seu redor. Calor humano, nenhum. Fraternidade, então, nem pensar. São pessoas insensíveis, cujas mentes estão embrutecidas pelo consumo imediatista,  poder aquisitivo e acúmulo de bens materiais.

As propagandas televisivas são, em geral, bastante nocivas aos jovens e adolescentes, basta observarmos a publicidade sobre bebidas alcoólicas, por exemplo. Belas garotas (atrizes, cantoras, modelos, etc.) se associam ao bem-estar e extrema felicidade, que tudo é maravilhoso e que nos transporta ao êxtase. Programas que massificam o senso crítico, de modo a banalizar a razão, de jogar no lixo eternas verdades e isso tudo na busca incessante de cada vez mais acúmulo de riquezas. Banaliza-se a existência e vive-se a futilidade.

O exagero na publicidade é extremamente nocivo às crianças e adolescentes, cuja mente em formação, lhes molda desde a tenra idade o consumismo às 24 horas do dia. O viver passa a ser consumir. Nessas programações não existe nobreza e muito menos formação de caráter. Apenas, consumir, consumir e consumir. Ética, então, nem pensar. Não seria talvez um bom momento para que a programação televisiva contribuísse com bases éticas e morais para que nossas crianças, jovens e adolescentes possam ser devidamente informadas sobre os perigos dessas falsas promessas sobre as drogas, sejam elas lícitas e ilícitas? Ou o lucro é mais importante, a ponto de continuar com o rolo compressor, insensíveis como sempre, onde o financeiro sempre fala mais alto?

A sociedade como um todo, deveria mudar sua posição carcomida e buscar novos caminhos, corrigindo suas estruturas, de modo a sanar os meios que conduzem  ao vício que da sustentação ao tráfico de drogas. Se quisermos uma sociedade dos sonhos, soberana e livre, de oportunidades sadias, devemos por mãos à obra de imediato, pois a cada dia que passa mais difícil se torna.

Os desafios são gigantescos, a começar pela corrupção política, baixa qualidade da educação, desigualdades sociais, programação televisiva (pobreza moral e cultural, materialismo e consumismo). Falta-nos conscientização e atitude, mas haveremos de ter, pois são a única saída para todos nós, crianças, jovens, adolescentes e idosos.

                                                           ORLANDO SABKA

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