P á s c o a
Falamos tanto em Páscoa, mas o
que realmente significa? Será que é somente comprar, presentear e comer ovos,
coelhos e barras de chocolate? Não, existe um significado bem mais profundo,
pois não faz sentido tudo girar em torno de chocolate, apesar de ser um doce
dos mais apreciados.
A Páscoa (em hebraico Pessach
significa passagem, data em que os judeus comemoram a libertação e fuga de seu
povo escravizado no Egito, durante o reinado do faraó Ramsés II, por volta de 1250 A .C., sob o comando de
Moisés, cujas comemorações duram oito dias), é um evento religioso. Considerado
a maior e mais importante festa cristã. Nesta data é celebrada a ressurreição
de Jesus Cristo (vitória sobre a morte) após sua morte por crucificação, fato ocorrido
numa sexta feira e sua ressurreição aconteceu no domingo, lá pelo ano de 33
d.C., justamente no período das comemorações do Pessach. Daí a associação do
nome (Páscoa/Pessach).
A data da Páscoa cristã foi
fixada no primeiro concílio de Nicéia no ano de 325. É uma data móvel, que
acontece anualmente entre 22 de março e 25 de abril. No Hemisfério Norte esse
período coincide com o início da primavera e no Hemisfério Sul com o outono. A
Páscoa é comemorada no primeiro domingo após a Lua cheia do equinócio de março
(equinócio é o ponto da órbita da Terra em que se registra duração igual do dia
e da noite). É interessante como tudo se encaixa, que existe um propósito
preestabelecido. Nada acontece ao acaso, pois os desígnios de Deus são únicos.
Segundo o Novo Testamento, Jesus
Cristo é o sacrifício da Páscoa. No Evangelho de São João diz “Eis o cordeiro
de Deus, aquele que tira o pecado do mundo” (João, 1:29). São Paulo diz
“Purificai-vos do velho fermento, para que sejais massa nova, por que sois pães
ázimos, por quanto Cristo, nossa Páscoa, foi imolado” (1Co 5:7).
“Jesus Cristo, desse modo é tido
pelos cristãos como o Cordeiro de Deus que foi imolado para salvação e
libertação de todos os pecados”. “Para isso Deus teria designado sua morte
exatamente no dia da Páscoa judaica para criar o paralelo entre a aliança
antiga, no sangue do cordeiro imolado, e a nova aliança, no sangue do próprio
Jesus imolado”.
Festas de passagem eram
comemoradas entre os povos europeus há milhares de anos. As maiores
comemorações eram realizadas na região do Mediterrâneo, entre algumas
sociedades, dentre elas a grega, cujas festividades eram realizadas pela
passagem do inverno para a primavera, no mês de março. Normalmente acontecia na
primeira lua cheia da época das flores.
O ovo simboliza o nascimento, a
vida. O costume de presentear as pessoas com ovos de galinha ornamentados e
coloridos teve seu início na Antigüidade, pelos orientais que os davam de
presente na Festa da Primavera. Esse costume chegou ao Egito e assim como os
chineses, os egípcios os distribuíam no início de cada estação do ano.
A Igreja adotou esse costume no
século XVIII, como lembrança da ressurreição de Jesus Cristo, como símbolo da
Páscoa. Quanto ao ovo de chocolate na Páscoa, foi graças aos confeiteiros
franceses que, no século XVIII, inventaram esse modo de presentear com
chocolate, em substituição aos ovos de galinha duros e pintados que eram dados
de presente. Quanto ao coelho de chocolate, simboliza a fertilidade.
Pela passagem da Páscoa vamos de
fato aos ovos, coelhos e barras de chocolate, mas ter em mente que a Páscoa
significa vida nova, a “nova e eterna aliança” em que Jesus Cristo
foi imolado por nós, por nossa salvação. Ele é o caminho para a eternidade, mas
depende de nossas atitudes e fé cristã, de modo que Cristo não obriga a nada,
mas a porta está sempre aberta e todos são bem-vindos.
Na sexta feira santa é dia de
profunda reflexão e no domingo é de alegria, muita alegria, de comemoração, pois
Cristo venceu a morte, ressuscitou. Devemos nos jubilar por isso e jamais nos
esquecer, pois um dia haveremos de estar em seu reino, para gloria do Senhor.
ORLANDO SABKA
E-mail: osabka@terra.com.br
Rondonópolis/MT,
março de 2013.
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