domingo, 15 de maio de 2011

O Brasil vem afundando há oito anos num oceano de estupidez...

Do blog de Augusto Nunes

"Os livro mais interessante estão emprestado"
A menção a leituras informa que a frase reproduzida no título do post

não foi pinçada de alguma discurseira de Lula. Mas os autores do livro

didático “Por uma vida melhor” decerto se inspiraram na oratória

indigente do Exterminador do Plural para a escolha de exemplos que

ajudem a ensinar aos alunos do curso fundamental que o s no fim das

palavras é tão dispensável quanto um apêndice supurado.

Escrever errado está certo e é correto falar errado, sustenta a obra

aprovada pelo MEC.

A lição que convida ao extermínio da sinuosa consoante é um dos muitos

momentos cafajestes dessa abjeção impressa que louva “a norma popular

da língua portuguesa”. Não é preciso aplicar a norma culta a

concordâncias, aprendem os estudantes, porque “o fato de haver a

palavra os (plural) já indica que se trata de mais de um livro”.

Assim, continuam os exemplos, merece 10 em redação quem escrever “Nós

pega o peixe”.

E só podem espantar-se com um medonho “Os menino pega o peixe” os

elitistas incorrigíveis. “Muita gente diz o que se deve e o que não se

deve falar e escrever tomando as regras estabelecidas para norma culta

como padrão de correção de todas as formas linguísticas”, lamenta um

trecho da obra. Por isso, o estudante que fala errado com bastante

fluência “corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico”.

A isso foram reduzidos pelo país de Lula e Dilma os professores que

efetivamente educam: não passam de “preconceituosos linguísticos”.

“Não queremos ensinar errado, mas deixar claro que cada linguagem é

adequada para uma situação”, alega Heloísa Ramos, uma das autoras da

afronta. Em nota oficial, o MEC assumiu sem rubores a condição de

cúmplice. “O papel da escola”, avisam os acólitos de Fernando Haddad,

” não é só o de ensinar a forma culta da língua, mas também o de

combater o preconceito contra os alunos que falam linguagem popular”.

A professora Heloísa sentiu-se ofendida com a perplexidade provocada

pelo assassinato a sangue frio da gramática, da ortografia e da

lucidez. “Não há irresponsabilidade de nossa parte”, garantiu.

Há muito mais que isso. O que houve foi um crime hediondo contra a

educação, consumado com requintes de cinismo e arrogância. O Brasil

vem afundando há oito anos num oceano de estupidez. Mas é a primeira

vez que o governo se atreve a usar uma obra supostamente didática para

difundi-la.

Poucas manifestações de elitismo são tão perversas quanto conceder aos

brasileiros desvalidos o direito de nada aprender até a morte. As

lições de idiotia chanceladas pelo MEC prorrogaram o prazo de validade

do título: a celebração da ignorância é um insulto aos pobres que

estudam.

A Era da Mediocridade já foi longe demais.

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